segunda-feira, 12 de abril de 2010

Longa vida ao Dr. Paranhos!

Ontem completou anos meu amigo, o Dr. Paranhos, tendo a data comemorada com uma grandiosa festa oferecida pela sua honrada família, os Gouveia, já que Paranhos, por incrível que pareça, não é o sobrenome do doutor, que portanto chama-se Paranhos Gouveia Neto, ainda que seu avô não houvesse sido chamado Paranhos Gouveia, e sim Aristides Gouveia.

A efeméride foi comemorada com bolo e banda, denotando a decadência pela qual a família vem passando duns tempos para cá, posto que há vinte anos, quando ainda falava, ouvia e via, Dr. Paranhos comemorou seu centésimo décimo terceiro aniversário com um lauto jantar no Country Club, onde participamos ele, eu e mais três amigos, juntamente com dançarinas de dança (obviamente) do ventre, contratadas especialmente para a ocasião. É que naquela época não era comum comemorar os 113 juntamente com os familiares. Ele resolveu honrar a tradição, mesmo que sua esposa, Dna. Penélope, tenha ficado muito contrariada, comportamento que ele atribuiu à pouca idade dela - na casa dos quarenta -, pois essa juventude não respeita mais quaisquer tradições, apesar de ele respeitar a tradição de casar-se com uma mulher 70 anos mais jovem.

Mas ontem foi seu aniversário de novo, e foi a ocasião para relembrar momentos hilários que passamos juntos. A maior característica de Paranhos, a quem epitetávamos carinhosamente de Dr. Caralhus, era sua inatingível burrice, configurando-se num verdadeiro “idiot” (que significa idiota, em francês, e se pronuncia “idiô”).

Não quero me alongar muito, mas gostaria de contar dois fatos picarescos, desses de rir à beça, que ocorreu em minha presença, com o honorável doutor.

A primeira é que, certa vez, ele estudou antropologia (risos) e passeou entre os silvícolas de Mato-Grosso, de quem observou muito numa caderneta, e os ilustrou a todos com seu nanquim. Acontece, que quando foi mostrar seus desenhos para o catedrático (hoa hoa, já perco o fôlego só em lembrar, hoa hoa cof cof cof... ai), foi que viu-se que ele ilustrou um botocudo pataxó com DOIS PENACHOS!!! HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA!!!! cof HOA HOA cof HOA cof HOA hahahahahahaha!

Deixem-me recuperar o fôlego, meus filhos...

Pois então.

Outra cena inesquecível foi a de quando ele e mais quinze rapazes jovens e eu fomos veranear na casa dum deles lá em Petrópolis, e ficamos uma semana inteira bebendo e fumando e fazendo uso da escarradeira que, por estarmos sem lacaio, lotou até a tampa. E o velho Caralhus, depois de muito farrear a noite inteira numa taverninha de lá, chegou tão bêbado, mas tão bêbado, que pensando tratar-se, a escarradeira, da pia do lavabo, lavou-se com tudo que estava lá, passando tudinho no rosto e ainda matando a sede com ela!!! HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Bons momentos!

Obrigado, Dr. Paranhos, sei que se não estivesse em estado vegetativo, estaria rindo de tudo isso conosco.

Feliz aniversário!

6 comentários:

  1. Boas lembranças...
    Lembro-me quando andávamos juntos em seu jardim (que na realidade era uma imensa reserva de Mata Atlântica) eu, Dr. Paranhos e D. Penélope, de braços dados e as vezes coletando besouros e borboletas para o seu insetário. Bons tempos... bons tempos... (Mal. Garrastazu)

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  2. Dr. Paranhos era mesmo um homem fadado, desde sempre, a ser grande na vida. Vem a minha memória nossos tenros tempos das primeiras idades quando íamos dar com os costados lá nos meios das Gerais, onde, certa feita, ficamos eu e ele a comer galinhas do vizinhos durante uma tarde inteira... HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA HOA!!!!!!!!!!! (São [Desde Sempre!] Jorge)

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  3. E seu criadouro de bodes que vai desde Floriano até Santa Cruz do Capibaribe? Onde reside a maior fábrica de salsichas caprinas do mundo (propriedade de Dr. Caralhus, inclusive, a famosa e multinacional "Cabrichas")? Lá só se pode contar sua criação por meio de aeroplano! Fora sua imensa Reserva Particular do Patrimônio Natural que vai desde Floriano até Marechal Thaumaturgo, onde se pode avistar jaculalaus (Jaculus culus impetuosus) e jambulões (Jambulots especiosus rex) belamente saltitantes em meio a mata? Aiai, Dr. Paranhos, sempre preocupado com o desenvolvimento econômico e a preservação da natureza... (Marina Silva)

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  4. Caro Marechal, foi uma honra tê-lo encontrado na festa d'aniversário do doutor. Conforme combinamos, aquele montante que lhe devo será pago com parte do balaústre de minha casa, no centro decadente de São Paulo. Muito grato pela compreensão!

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  5. São Jorge. Desde já agradeço sua beata visita neste espaço genuinamente cristão. Porém, perdoe-me a possível ignomínia, devo dizer que não posso crer ser mesmo o santo prescrito, já que é sabido que o coito não é permitido àqueles que se elevaram à corte celeste. E por isso não posso acreditar, também, que Dr. Paranhos tenha cometido essa bestialidade galinácea, a não ser que ele seja um ortodoxo (o que me seria grande surpresa), já que para nós, os cristãos romanos, o senhor não existe (mais)! Ao menos não como santo. Aliás, de santo o senhor não parece ter nada!

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  6. Sra. Marina Silva. Antes de mais nada, gostaria de dizer que sua candidatura à presidência é uma grande lezeira. A presença de uma mulher no poder só vai aumentar nosso descrédito com a aristocracia européia, descrédito que vem acumulando-se desd'o declínio da família imperial. Quanto à collection de chèvres do Dr. Paranhos, não há o que discutir. Era por isso que sempre ia visitá-lo naqueles arredores, para poder comer as cabritinhas deliciosas que havia por lá.

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